quarta-feira, 2 de maio de 2012

Um dia numa escola... Sociologia da Educação

Após uma semana de trabalho de um professor recém-formado, ouço a seguinte pergunta:" È comum os professores reclamarem tanto assim ? Parece que detestam o seu trabalho ".

O jovem professor, com o tempo, chegará a uma resposta.E não é resposta que se ensina, e sim aprende vivenciando e questionando sempre. É uma resposta pessoal, dele, e apesar de me deixar com a língua coçando, me contive


Fomos embora e nocaminho de casa fui pensando . . .As pessoas querem encontrar algum sentido no trabalho, porque é aí que passam a maior parte de seus dias.Será que esse sentido foi abalado nos profissionais da Educação?
Segundo o sociólogo Richard Sennett, " As transformações econômicas estão tirando da vida das pessoas coisas importantes como a lealdade, compromisso, solidariedade e, se você olha de fora e examina a situação de um ponto de vista material, parece que as pessoas nunca estiveram tão bem no trabalho " ,
Mostrando o que está por trás das aparências,Sennett, "afirma que as pessoas estão pagando um preço alto para sobreviver na nova economia que é confusa, insegura e depressiva para as pessoas que trabalham nela."
A falta de uma política educacional séria, sem influência de modismos, que valorize a opinião dos professores – que é quem realmente coloca "a mão na massa" - , e os vários projetos das Secretarias de Educação, que caem de pára-quedas nas escolas, sendo um instrumento que tem a finalidade única de publicidade de governos para fins eleitorais , levaram os educadores a visualizarem o governo como uma instituição que não tem compromisso de priorizara busca de uma Educação de qualidade. Sendo os discursos e suas práticas em sua maioria demagoga.
Não sendo valorizado (e não digo só no salário), a motivação do funcionário despencou.
Serão os professores culpados pela baixa qualidade na Educação brasileira ?
O que vemos nas matérias jornalísticas veiculadas nacionalmente é que sempre concluem que o culpado é o professor, que não sabe dar aulas criativas ( pois se tem toda a estrutura escolar favorável a isso, não o faz por irresponsabilidade), que nuncaquer se aperfeiçoar ( pois tem tempo de sobra para isso), e a última,que a evasão escolar e o nível precário de aprendizagem é culpa também desse professor.
Coitado !Virou agora "bode expiatório"E nem tente se justificar !É você o culpado e ponto final.Assim, com a mídia a anos ajudando a desmoralizar e desvalorizar a função de professor junto a sociedade, tem como não se sentir triste e angustiado ?
Nunca lembram de cobrar a responsabilidade das outras instâncias de poder, família, e dos governos, pois este sim éque tem todo o poder e o controle das decisõesno setor educacional.
O trabalho alienante do professor, aonde ele se sente uma mera peça no processo produtivo,faz sentir o trabalho como obrigação de sobrevivência e menos prazeroso.
Nossoprazer está em ensinar servindo de orientação as novas gerações, apesar de tantas dificuldades.Acredito que se a sociedade soubesse que apesar de todas as dificuldades, conseguimos ainda ensinar nossos jovens, ela nos veria como heróis nacionais.
Numa sociedade, que a educaçãoé voltada para investimentos decurto prazo, é difícil os governantes perseguirem objetivos de longo prazo ( não traz votos ), temos que aprender como fizeram os países de Cuba, Uruguai, Costa Rica e Coréia do Sul, que pensam o acesso e a permanência de alunos na escola como uma política de Estado e que apostaram na Educação pública, fazendo investimentos educacionais de longo prazo e com metas e regras claras para a sociedade.
É preciso que o educador entenda que suas queixas, têm nome e endereço completo, e é preciso ter uma visão do todo, contextualizando sempre, para não se cometer injustiças contra si mesmo e seus colegas de trabalho, ou seja, julgando e sendo julgado.
O professor e pesquisador argentino Gustavo Fischman contribui para a nossa reflexão com as seguintes palavras:
" Nos anos 80 e 90, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional( FMI ) --agências da ONU, forçaram políticas de ajustes econômicos que tiveram grande efeito sobre a Educação na América Latina. Os planos implicavam, em muitos casos, condicionar créditos financeiros a mudanças no sistema educacional dos países. O Banco Mundial achava que investir no ensino fundamental era muito mais produtivo ( para o sistema econômico capitalista ) do que no universitário. Hoje o banco reconhece que essa política se baseava em pesquisas insuficientes. Mudou-se toda uma política de Educação na América Latina a partir de um modelo que não era sólido."
A nossa LDB, Lei N.º 9.394/1996 foi elaborada sob a influência deste contexto mundial.
Os professores, com certeza lembram da angústia que tivemos na implantação do Regime de Progressão Continuada no Ensino Fundamental, resolução N.º 8086/1997 em Minas Gerais, que caiu de pára-quedas em nossa cabeça, com o conhecido manual "Ciclos de Formação Básica", pondo fim a reprovação, sendo o aluno automaticamente promovido nos Ciclos; lembram da pressão da Secretaria de Educação, através de suas superintendências por aprovação de alunos que os relatórios das supervisoras e professoras apontavam com deficiência na aprendizagem, e que não eram aceitos como justificativa de retenção pela Secretaria.
Lembram da criação do cargo de Especialista, juntando orientador e supervisor no mesmo "pacote"? Sabíamos que o motivo era, de novo, ocontrole de gastos. Querem fazer uma educação nacional de qualidade, gastando pouco dinheiro. Isso não é possível, não se pode medir esforços e brincar com a formação intelectual de nossas crianças e jovens. Este sim é um investimento nobre para o Brasil, que deveriam todos acreditar.
Lembram do "Projeto Acertando o Passo", que sem respeitar o ritmo dos alunos, também acelerou a queda nas taxas de reprovação.
Lembram da exigência da LDB de presença mínima de 75% a ser computada no final de cada ciclo ( 3 anos ), que sabíamos de difícil operacionalização e que seria uma ação prejudiciale desmotivadora nos alunos.
Aqueles momentos de angústia, aonde os professores se sentiam ignorados em sua experiência, se refletem até hoje.
 Vamos lembrar, agora,da cronologia de alguns fatos que originaram essas políticas desastrosas :
·Em Março de 1990 aconteceu a "Conferência Mundial sobre Educação para Todos", realizado em Jomtiem, Tailândia e na seqüência outro encontro na Unicef House, New York, USA em 1991.Desses encontros foram tiradas pela ONU diversas declarações, que culminaram nas Normas Uniformes para a Educação, que orientaram as mudanças nos sistemas educacionais dos países da América do Sul.
·A Declaração de Salamanca, linha de ação, realizado pela Unesco, na Espanha em 1994.
Os jornais de 1998 lançavam manchetes que mostravam a angústia das escolas em seu cotidiano :"Sem "bomba", indisciplina cresce entre os jovens"Estado de Minas,13/10/98,pág 24;" O que deveria ser uma revolução no ensino se transformou em um grande transtorno para os educadores e gerentes dos sistemas de ensino" , Jornal EM, 11/10/1998, pág. 32,33.
Revistas nacionais também torturavam os professores apoiando a cópia dos modelos educacionais estrangeiros, exaltados como "modernidade", pressionando e sugerindo que os educadores precisavam reciclar suas idéias, ou seja, apoiar o novo modelo de educação para ser moderno.
" A máquina que cospe crianças" – Finalmente o Brasil entendeu que só vai sair da crise quando resolver a tragédia do ensino básico ", assim a Revista Veja, de 20/11/1991, pág46, justificou a necessidade do novo modelo educacional que surgia. Nesta matéria existe a cobrança de investimentos em Educação como os que foram feitos pelos Tigres Asiáticos, fato que me preocupa quando leio na revista veja de 16/02/2005,a seguinte manchete :
" Revolução pela Educação " – " A Coréia fez, o Brasil também pode fazer", e me preocupa ainda mais as propostas dos candidatos nas eleições para presidente de 2006, que defendiam a adoção de modelos estrangeiros, se queremos crescer.
Será que não estamos, de novo, acreditando em idéias salvadoras e em modelos educacionais que servem aquela realidade específica, e abrindo mão de pensar o nosso modelo de Educação nacional, que leve em consideração a opinião de todos que participam no processo educativo ? Essa mesma matéria nos alerta "Criança de 6 anos Kang Jim Won chora compulsivamente no meio da sala de aula porque tirou nota vermelha em matemática. " Sou um fracasso ! Desespera-se a menina," continuando, " Pais coreanos preocupados com o excesso de disciplina e cobrança em crianças menores estão mandando seus filhos estudarem no Estados Unidos " , e mais recente, o jovem estudante coreano numa Universidade americana assassinou várias pessoas, e a reportagem afirmava que os pais foram com a família para os E.U.A. ,buscando melhor condição de vida. Fico a pensar... Um país desenvolvido, exemplo de investimento em Educação, em tecnologia, as crianças que estão sendo formadas neste modelo educacional atendem as nossas expectativas ?
O professor de Educação da Universidade de Hanyang, em Seul, Yun-Kyung Cha, em sua entrevista publicada na Revista do Professor – MEC outubro /2003, nos deixa ainda mais preocupados: " Yung diz que, para a maioria dos coreanos, o significado da educação formal está em seus valores instrumentais: a educação é, para eles, simplesmente um meio de ascensão social e de riqueza material, estando ausente a perspectiva humanitária."
 "Ele ressaltou que a expansão educacional impulsionada pela cobiça humana não tem capacidade de transformar o mundo em um lugar melhor para se viver", e continua "Nossa sociedade precisa de seres humanos, generosos, que exercitem a compaixão, e não de pessoas egoístas e competitivas".
Vejam que a reflexão que a perguntado jovem professor recém-formado nos possibilita fazer, é muito mais complexa e merece nossa total atenção nos detalhes.
È claro que o erro estratégico do governo teve alguns pontos positivos, quando nos trouxe temas para reflexão que não estavam na pauta, como: preocupar com o ritmo do aluno, a importância da didática e da participação efetiva da família na escola.
Também não poderia deixar de contemplar as idéias de Karl Marx quando ele afirma, "que o trabalho, na sociedade capitalista é alienado do trabalhador porque quem produznão detém, não possui nem domina os meios de produção." e " a alienação do homem, do produto e do processo de seu trabalho é uma conseqüência da organização do capitalismo moderno."
Com muita propriedade, Frei Betto em seu artigo semanal do jornal EM 16/06/2005 Espaço Cultura, contribui dizendo que, "Um dos mais perniciosos argumentos do pensamento burguês é a idéia de que as coisas dependem de vontades individuais. Assim, a Educação não funciona bem por culpa dos professores"." Essa visão distorcida da realidade serve para encobrir os mecanismos por trás das relações pessoais. Ao delegar à esfera individual os males sociais , o sistema capitalista preserva a sua natureza cruel: é inevitável a desigualdade social neste tipo de organização" e fechando sua contribuição ele diz "Não há outra alternativa: ou reforçamos os movimentos populares" na busca por uma maior participação no processo produtivo, "ou ficaremos reféns de políticos que depois de eleitos, seguem seu próprio interesse em detrimento do interesse coletivo."
Concluindo, acredito que nós professores temos que buscar sempre a visão da totalidade em nossas reflexões da prática educativa, e humildemente entender que estamos juntos no mesmo barco, evitando assimfazer ojulgamento de nossos colegas e procurandoum culpado por nossas decepções e angustias no trabalho que com certeza não atende as nossas expectativas como categoria profissional.
Já pararam para pensar:Quem fica feliz com nossa desorganização como classe ?
Quem fica feliz quando não conseguimos nos unir e nos mobilizar politicamente?
Acredito que nosso desejo comum é de participar de um verdadeiro projeto de Educação de qualidade em nosso país.Se possível sem as demagogias atuais.
Por isso, este ponto de vista é a vista de um determinado ponto, e essa foi nossa humilde contribuição para a reflexão que se faz, urgentemente necessária, entre os educadores.
Então, volta a pergunta: Porque os professores se queixam tanto, no ambiente de trabalho?
Celso Elias Moreira, Professor de Sociologia, da rede pública de MG – Artigo escrito em Abril / 2007 
Leia Mais ►

Convívio escolar - A violência na escola

Leia Mais ►

Domínio de classe

Leia Mais ►

Professores são educadores não babás


 Autor do 2º artigo mais compartilhado no Facebook em 2011, americano diz que pais desrespeitam regras de escolas, pondo em risco o futuro dos filhos

Nathalia Goulart

Professor Ron Clark é retratado com seus alunos.

Ron Clark e seus alunos: em defesa de mais cooperação entre pais e professores (Divulgação/Ron Clark Academy)


"Hoje, existe uma preocupação grande com a auto-estima da criança. Por isso, muitas pessoas se veem obrigadas a dizer aos pequenos que eles fizeram um ótimo trabalho e que são brilhantes, mesmo quando isso não é verdade"
O segundo artigo mais compartilhado em 2011 por usuários americanos do Facebook foi escrito por um professor, Ron Clark (o primeiro trazia fotos da usina de Fukushima). Mais de 600.000 pessoas curtiram o texto na rede, escrito a pedido da rede de TV CNN e intitulado "O que os professores realmente querem dizer aos pais". O artigo descreve um cenário de guerra, travada entre pais e professores. Na visão de Clark, os pais vêm transferindo suas responsabilidades para a escola, sem, contudo, aceitar que seus filhos se submetam de fato às regras da instituição. Por isso, assim que surge a primeira nota vermelha ou uma advertência, invadem a sala de aula culpando os professores – a pretexto de preservar a reputação e o orgulho de seus filhos. "Precisamos estar mais atentos à excelência acadêmica e menos preocupados com a auto-estima das crianças", diz o professor, na entrevista concedida a VEJA.com e reproduzida a seguir. "Essas crianças deixam de aprender que é preciso se esforçar muito para conseguir bons resultados. No futuro, elas não terão sucesso porque, em nenhum momento, exigiu-se excelência delas." Clark conhece sua profissão. Aos 39 anos, vinte deles dedicados à carreira, o americano já lecionou na zona rural da Carolina do Norte, nos subúrbios de Nova York e atualmente comanda uma escola modelo no estado da Geórgia que oferece treinamento a educadores. Graças à função, manteve, desde 2007, contato com cerca de 10.000 educadores de diversas partes do mundo, incluindo brasileiros.

Em seu artigo, o senhor fala de um ambiente escolar em que pais e professores não se entendem mais. O que tornou a situação insustentável, como o senhor descreve? 

A sociedade se transformou. Hoje, vemos pais muito jovens, temos adolescentes que se veem obrigados a criar uma criança sem ao menos estarem preparados para isso. São pessoas imaturas. Por outro lado, temos famílias abastadas, em que pais trabalham fora e são bem-sucedidos profissionalmente. Pela falta de tempo para lidar com os filhos, empurram toda a responsabilidade da educação para a escola, mas querem ditar as regras da instituição. Ou seja, eles querem que a escola eduque, mas não dão autonomia a ela.

Que tipo de comportamento dos pais irrita os professores? 

Acho que o ponto principal são as desculpas que os pais criam para livrar os filhos das punições que a escola prevê. Se um aluno tira nota baixa, por exemplo, ou deixa de entregar um trabalho, os pais vão à escola e descarregam todo tipo de desculpa: dizem que o filho precisava se divertir, que a escola é muito rigorosa ou que a criança está passando por um momento difícil. Ou, ainda, culpam os professores, dizendo que eles não são capazes de ensinar a matéria. Mas nunca culpam seus próprios filhos. É muito frustrante para os professores ver que os pais não querem assumir suas responsabilidades.

Problemas com notas são bastante frequentes? 

Sim. Certa vez tive uma aluna que estava indo mal em matemática. A mãe dela justificou-se dizendo que, na escola em que a filha estudara antes, ela só tirava boas notas, sugerindo, assim, que o problema éramos nós, os novos professores. Infelizmente, essa ideia se instalou na nossa sociedade. Se a nota é boa, o mérito é do aluno; se é baixa, o problema está com o professor. E quando as notas ruins surgem, os pais ficam furiosos com os professores. O resultado disso é que muitos profissionais estão evitando dar nota baixa para não entrar em rota de colisão com os pais, que nos Estados Unidos chegam a levar advogados para intimidar a escola.

Os pais poupam os filhos de lidar com fracassos? 

Hoje, existe uma preocupação grande com a autoestima da criança. Por isso, muitas pessoas se veem obrigadas a dizer aos pequenos que eles fizeram um ótimo trabalho e que são brilhantes, mesmo quando isso não é verdade. Essas crianças deixam de aprender que é preciso se esforçar muito para conseguir bons resultados. No futuro, elas não terão sucesso porque, em nenhum momento, exigiu-se excelência delas. Precisamos estar mais atentos à excelência acadêmica e menos preocupados com a autoestima das crianças.

Que conselho o senhor dá aos professores? 

É possível evitar que os pais surtem diante de notas ruins e do mau comportamento dos filhos se for construída uma relação de confiança. Em vez  de só procurar os pais quando as crianças vão mal na escola, oriento que os professores conversem com os responsáveis também quando a criança vai bem. Na minha escola, procuro conhecer os pais de todos os meus alunos. Procuro encontrá-los com frequência e envio cartas a eles com boas notícias. Assim, quando tenho que dizer que a criança não está rendendo o esperado, eles me darão credibilidade e confiarão na minha avaliação.

É possível determinar quando termina a responsabilidade dos pais e começa a da escola? 

As duas partes precisam trabalhar em conjunto. Os pais precisam da escola e a escola precisa do apoio da família para realizar um bom trabalho. Um conselho que sempre dou aos pais é que nunca falem mal da instituição de ensino ou do professor na frente dos filhos. Se a criança ouve os próprios pais desmerecerem seus mestres, perde o respeito por eles. O contrário também é verdadeiro. Os professores precisam respeitar os pais, porque eles são parte fundamental na educação de uma criança.

Em algumas situações a discussão sobre responsabilidades da família e da escola surge com muita força. Em casos de bullying, por exemplo, pais e professores trocam acusações. Sobre quem recai a maior parte da responsabilidade nesses casos? 

A minha resposta novamente é que precisamos trabalhar em conjunto. Quando o bullying acontece na escola, é obrigação dos professores intervir imediatamente. Mas muitos não agem assim porque querem evitar conflitos com os pais. E isso é muito grave. O bullying está devastando nossas crianças. Precisamos combatê-lo. Para que os professores tenham liberdade para agir, precisam do apoio dos pais. Mas você sabe o que acontece? Muitas vezes, quando os pais são chamados na escola para serem alertados de que seu filho está praticando bullying contra um colega de classe, o que ouvimos é: "Mas qual o problema disso? Tenho certeza de que outros colegas também zombam do meu filho e ele não se sente mal por isso." Mais uma vez, vemos os pais se esquivando da responsabilidade.

A que o senhor atribui o sucesso do artigo que estourou no Facebook? 

Eu escrevi o que todos os professores tinham vontade de dizer aos pais, mas não podiam dizer, porque isso os enfureceria. O que eu fiz foi dar voz a milhões de profissionais. Fiquei sabendo que muitas escolas imprimiram o texto e enviaram uma cópia a cada família. Na internet, pessoas de outros países também compartilharam a minha mensagem.

O senhor criou uma escola modelo, a Ron Clark Academy. Como é a relação de seus professores com os pais? 

Procuramos estabelecer uma relação próxima. Como eu disse, estamos constantemente em contato com os pais, nos bons e nos maus momentos. Também promovemos encontros semanalmente, nos quais ofereço aos pais a oportunidade de assistir a uma aula na escola, destinada exclusivamente a eles, para que acompanhem o que está sendo ensinado a seus filhos. Ou seja, trabalhamos muito para conquistar uma relação harmônica. Não estou dizendo que é fácil lidar com os pais. Alguns deles podem ser bem malucos.

O senhor, na sua escola, recebe professores de diversas partes dos Estados Unidos e tambem de outros países, como o Brasil. Além dos problemas de relacionamento com os pais, do que mais professores de todo o mundo reclamam? 

As avaliações tiram o sono dos professores. Não sei exatamente como funciona no Brasil, mas nos Estados Unidos os professores são constantemente cobrados a melhorar o desempenho de suas escolas em testes padronizados. E todo o processo educacional passa a girar em torno de algumas provas. Isso é massacrante, para os alunos e para os professores. Os professores precisam de mais diversão na sala de aula.



Leia Mais ►

terça-feira, 1 de maio de 2012

A Sociedade sem escolas - Ivan Illich

Leia Mais ►

O veneno está na mesa

Leia Mais ►

A Onda - 1981

Leia Mais ►

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Escolas matam a criatividade? - Ken Robinson

Leia Mais ►

Mudando paradigmas em Educação

Leia Mais ►

Aprendizagem

Leia Mais ►