sexta-feira, 25 de maio de 2012

Situação da adolescência brasileira em 2011 (Unicef)

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Quanto custa seu filho?



Gilberto Dimenstein
Um dos maiores disparates sociais brasileiros, divulgado na semana passada, custa R$ 7.000 por mês. Poucas cifras revelam com tanta precisão o desperdício de recursos públicos -e o perigo das ruas.
Um estudo da Secretaria Nacional de Direitos Humanos informou que o custo para manter uma criança ou adolescente infrator internado chega, em alguns Estados, até a R$ 7.000 mensais. Essa quantia seria suficiente para manter um jovem em uma escola de elite suíça.
O gasto médio no país, de acordo com o estudo, é de R$ 4.000, aproximadamente quatro vezes o valor de uma mensalidade nas melhores escolas de ensino médio do Brasil. Dinheiro que, muitas vezes, é jogado fora. A taxa de reincidência é alta e, pior, frequentemente a internação serve de estágio de aperfeiçoamento "profissional" no crime.
Um dispêndio de R$ 7.000 é muito alto? A verdade dura de dizer e incômoda de ouvir é que ainda é pouco para recuperar um jovem contaminado pela delinquência.
Faça as contas.
Pais de classe média alta sabem como sai caro tratar corretamente um filho com dificuldade de aprendizado, mesmo suave: além de mensalidade escolar, exigem-se professores particulares, psicólogos ou psicopedagogos. Levando em conta todas as despesas educacionais -incluindo, por exemplo, material didático, livros, aulas de inglês-, o gasto final ultrapassa R$ 3.000 mensais.
Se o adolescente tiver associados à deficiência de aprendizado problemas de depressão ou decorrentes do consumo de drogas, demandando uma terapia mais intensa, o dispêndio facilmente atingirá os R$ 4.000.
Existem mais valores embutidos nessa soma. Crianças e adolescentes de classe média desfrutam de museus, teatros, cinemas, livros, exposições, o que, obviamente, não é de graça. Há também um valor inestimável e, claro, um dos mais importantes: o apoio da família, que os ajuda a desenvolver um projeto de vida.
Imagine, então, a dificuldade de recuperar um jovem de baixa escolaridade, contaminado pelas drogas, filho de uma família desestruturada, que vive em comunidades onde os traficantes são heróis e os policiais são corruptos e onde, além disso, impera o desemprego.
Vivemos numa sociedade que já começa a exigir de faxineiros um diploma de segundo grau (e sem exagero) e que, ao mesmo tempo, oferece a um professor universitário em início de carreira menos de R$ 3.000 mensais. Em contrapartida, um iniciante no tráfico consegue faturar, por mês, R$ 1.500 numa favela do Rio de Janeiro ou de São Paulo.
A verdade -que, mais uma vez, quase ninguém gosta de reconhecer- é que, exceções à parte, não existem recursos suficientes para recuperar adequadamente jovens depois de determinado estágio de delinquência, tantos são os focos a serem atacados ao mesmo tempo. A sociedade trata de exterminá-los -seja pelo homicídio, seja pelas doenças- do jeito mais "barato".
Dois dias depois da divulgação do estudo da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, divulgou-se, com mais precisão, o tamanho do problema. Um documento do Unicef informou que, dos 21 milhões de jovens brasileiros de 12 a 17 anos, 8 milhões (38%) vivem em áreas de risco.
Eis a matemática do terror infanto-juvenil: 1,3 milhão de jovens, entre aqueles 8 milhões, são analfabetos ou semi-analfabetos; 3 milhões deles não estão na escola; 2 milhões, que estão na faixa etária de dez a 14 anos, estudam e trabalham; 3,2 milhões, com idades entre 15 e 17 anos, somente trabalham. Aí estão os candidatos a viver na fronteira da irreversibilidade.
O tema da segurança encheu os discursos de campanha nas últimas eleições. Mas, desde a vitória de Lula, fala-se, basicamente, da governabilidade política e econômica, e não da governabilidade das ruas.
Como se viu com mais clareza na semana passada, o interesse está focado em quem adere ao novo governo (e no que ganha para aderir), em quem vai comandar a economia e em quais serão as estratégias macroeconômicas -por aí, e não pelos discursos, é que se mede a prioridade da elite. Vigora a antiga lógica de que o econômico está acima do social.
Até agora não se acenou com uma só proposta para evitar que um adolescente custe aos cofres públicos R$ 7.000 por mês, não seja recuperado e ainda se torne mais ameaçador.
P.S. - Virou esporte nacional na elite intelectual ironizar Lula, comparando o que ele defendia e o que está fazendo. Melhor ele ser incoerente com o passado, mas coerente com um futuro de estabilidade, para evitar uma tragédia. Ainda desconfio, e muito, da capacidade de Lula de resistir às pressões sociais, de administrar conflitos e de operar a máquina governamental. Mas merece registro que, até aqui, ele vem desarmando habilmente os espíritos. A sorte dele é não haver na oposição algo parecido com o PT.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/gilberto/gd161202.htm



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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Cine Direitos Humanos




Filmes

Aqui você encontra todos os filmes da Mostra deste ano, com sinopses, fichas técnicas e salas de exibição.
Caso você queira fazer uma busca específica, utilize os campos à direita.

"Preâmbulo"
Matar A Todos
Estebán Schroeder (Chile / Argentina / Uruguai, 97min, 2007)
Artigo 1 "Universalidade"
Direitos Humanos
Kiko Goifman, Marcelo Caetano e Julio Taubkin (Brasil, 19min, 2006)
Artigo 1 "Fraternidade"
O Tempo E O Sangue
Alejandra Almirón (Argentina, 65min, 2004)
Artigo 2 "Não à Discriminação"
Em Primeira Página
Pablo Mogrovejo (Equador, 22min, 2007)
Negro E Argentino
Patrício Salgado (Brasil, 5min, 2006)
Artigo 3 "Direito à Vida"
Cándido López, Campos De Batalha
José Luis Garcia (Paraguai / Argentina, 102min, 2005)
Artigo 4 "Não à Escravidão"
Nas Terras Do Bem-Virá
Alexandre Rampazzo (Brasil, 110min, 2007)
Artigo 5 "Não à Tortura"
Memória Para Uso Diário
Beth Formaggini (Brasil, 94min, 2007)
Artigo 6 "Direito de Pessoa"
Comunidades Cativas, Queremos Ser Livres
Alfredo Ovando (Bolívia, 29min, 2007)
Artigo 7 "Igualdade Perante A Lei"
Arcana
Cristóbal Vicente (Chile, 83min, 2006)
Artigo 8 "Direito à Reparação"
El Caracazo
Roman Chalbaud (Venezuela, 107min, 2005)
Artigo 9 "Não à Arbitrariedade"
Reinalda Del Carmen, Minha Mãe E Eu
Lorena Giachino Torréns (Chile, 85min, 2006)
Artigo 10 "Acesso à Justiça"
Uma História Severina
Debora Diniz y Eliane Brum (Brasil, 23min, 2005)
Artigo 11 "Inocência Presumida"
Você Também Pode Dar Um Presunto Legal
Sérgio Muniz (Brasil, 39min, 1971)
Artigo 12 "Direito à Privacidade"
Sexo E Claustro
Claudia Priscilla (Brasil, 12min, 2005)
Artigo 13 "Direito de Ir e Vir"
Do Outro Lado
Natalia Almada (México, 70min, 2005)
Artigo 14 "Direito de Asilo"
Asilados
Gonzalo Rodríguez (Uruguai, 49min, 2007)
Artigo 15 "Direito à Nacionalidade"
Pirinop, Meu Primeiro Contato
Karané Ikpeng (Brasil, 82min, 2007)
Artigo 16 "Direito à Família"
Mães Com Rodas
Mario Piazza e Mónica Chirife (Argentina, 70min, 2006)
Artigo 17 "Direito à Propriedade"
Histórias De Morar E Demolições
André Costa (Brasil, 56min, 2007)
Artigo 18 "Liberdade de Pensamento e Crença"
Imbé Gikegü, Cheiro De Pequi
Coletivo Kuikuro (Brasil, 36min, 2006)
Artigo 19 "Liberdade de Expressão"
A Cidade Dos Fotógrafos
Sebastián Moreno (Chile, 80min, 2006)
Artigo 20 "Liberdade de Reunião"
Às Cinco Horas Em Ponto
José Pedro Charlo (Uruguai, 60min, 2004)
Artigo 21 "Direito à Participação"
Tambogrande: Mangas, Morte, Mineração
Ernesto Cabellos e Stephanie Boyd (Peru / Canadá, 85min, 2007)
Artigo 22 "Direitos Econômicos"
Inal Mama, O Sagrado E O Profano
Eduardo López Zavala (Bolívia, 52min, 2007)
Artigo 23 "Direito Ao Trabalho"
Eu Vou De Volta
Camilo Cavalcante e Cláudio Assis (Brasil, 54min, 2007)
Artigo 24 "Direito Ao Lazer"
La Matinée
Sebástian Bednarik (Uruguai, 78min, 2006)
Artigo 25 "Direito Ao Bem-Estar"
Xinã Bena, Novos Tempos
Zezinho Yube (Brasil, 52min, 2006)
Artigo 25 "Proteção à Infância e à Adolescência"
Rua Acima, Rua Abaixo
Lina Arboleda e Adrian Franco (Colômbia, 27min, 2005)
Artigo 26 "Direito à Educação"
Discriminação, Minorias E Racismo
Marcelo Caetano (Brasil, 20min, 2006)
Artigo 27 "Direito à Vida Cultural"
Estrelas
Federico León (Argentina, 64min, 2007)
Artigo 28 "Ordem Internacional"
9-11 / 9-11
Mel Chin (Chile / EUA, 24min, 2007)
Artigo 29 "Deveres com a Comunidade"
Waika
José Antonio Elizeche (Paraguai, 28min, 2007)
Artigo 30 "Não às Ditaduras"
Condor
Roberto Mader (Brasil, 106min, 2007)
Fernando Solanas
A Dignidade Dos Ninguéns
Fernando E. Solanas (Argentina / Brasil / Alemanha, 120min, 2005)
Argentina Latente
Fernando E. Solanas (Argentina / Espanha / França, 100min, 2007)
Memória Do Saque
Fernando E. Solanas (Argentina / França / Suíça, 120min, 2003)


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A história dos Direitos Humanos

Documentário produzido por United for the Human Rights
www.humanrights.com





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Direitos Humanos

O vídeo tem como temática a questão dos Direitos Humanos, buscando conceituá-lo, delimitar sua abrangência, apresentar ações e desmistificar alguns pontos que envolvem tal conceito.

Entrevistas de: Celso Lafer, Rita Braun, Dalmo Dallari e Rose Nogueira.

Roteiro: Marcelo Caetano
Direção: Kiko Goifman
Co-Direção: Marcelo Caetano e Julio Taubkin
Fotografia: Julio Taubkin
Som: Patricio Salgado e Pedro Marques
Editor: Julio Taubkin
Coordenação do Projeto: Eduardo Bittar
Assistentes: Denise Carvalho e Gorete Marques

Produção: PALEOTV
Créditos: PALEOTV e ANDHEP
Apoio: Comissão Teotônio Vilela (CTV) e Núcleo de Estudos da Violência
da USP (NEV/USP)

Financiado por: Fundação Ford








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domingo, 20 de maio de 2012

Leitura fundamental para todos nós

Resumo: O livro Gangues, Gênero e Juventudes: donas de rocha e sujeitos cabulosos explora o universo das gangues de pichadores no Distrito Federal, analisando seus discursos e vivências. Apresenta um elenco variado de temas, com ênfase na questão de gênero e nas construções transversais de masculinidades e feminilidades. O estudo desenvolveu-se por meio da observação de campo, da realização de entrevistas e grupos focais, de contatos na rede virtual e de pesquisa bibliográfica.
As relações e representações de gênero assumem contornos específicos na cultura das gangues brasilienses, indicando configurações peculiares adotadas por seus integrantes, informadas também por códigos de resistência e de violência. Seu cotidiano, perpassado por pichações, festas (frevos), drogas e disputas entre gangues (guerras), complexifica-se ao incorporar novos espaços de interação, como a internet, estendendo-se para além da tradicional territorialidade das ruas e muros. A circulação por instituições, como família, escola e polícia – e os conflitos daí derivados – é igualmente investigada.
De um modo geral, esses grupos juvenis trazem marcadamente elementos como a busca por reconhecimento, a exaltação do sentimento de pertença e a aquisição de prestígio. Dentro desse contexto, enfatizam-se, nas dinâmicas entre e intra gangues, valores como coragem, fama e lealdade ao próprio grupo, os quais norteiam a proeminência conferida às identidades de donas de rocha e sujeitos cabulosos, categorias de feminino e de masculino que sintetizam o ideal do ser gangueiro.



http://portal.mj.gov.br/sedh/biblioteca/livro_gangues_sem_a_marca.pdf

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Direitos Humanos

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